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Alzheimer: novo remédio retarda declínio mental em 27%. ‘Mais encorajador até hoje’
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Publicado em 03/10/2022

Um novo remédio experimental para Alzheimer diminuiu em 27% a taxa de declínio cognitivo em pacientes com início precoce da doença e está movimentando a comunidade científica. O resultado do ensaio clínico da fase 3, publicado na revista científica Nature, foi anunciado pela empresa americana de biotecnologia Biogen. O lecanemab é um anticorpo monoclonal projetado para limpar aglomerados de proteína amilóide do cérebro e restaurar funções cerebrais. O CEO da Eisai – empresa farmacêutica japonesa parceira da Biogen – afirma que os resultados do estudo com lecanemab, chamado Clarity AD, “comprovam a hipótese amilóide, na qual o acúmulo anormal de Aβ no cérebro é uma das principais causas da doença de Alzheimer”.

 

A Associação de Alzheimer (AA) comemorou: “Os resultados mais encorajadores em ensaios clínicos que tratam as causas subjacentes da doença de Alzheimer até o momento”.

O estudo

O estudo envolveu 1.800 pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial, com metade recebendo placebo e metade recebendo infusões duas vezes por semana do lecanemab.

Os resultados mostraram que a droga reduziu a placa amiloide tóxica no cérebro e retardou o declínio da memória dos pacientes, ao mesmo tempo em que melhorou sua capacidade de realizar tarefas do dia-a-dia.

“Se esses dados forem consistentes com o que vimos hoje em relação à eficácia e segurança, apoiamos fortemente a aprovação da FDA e a cobertura total [do Medicare]”, acrescentou a AA em comunicado.

“O anúncio de hoje dá aos pacientes e suas famílias esperança de que o lecanemab, se aprovado, pode potencialmente retardar a progressão da doença de Alzheimer e proporcionar um impacto clinicamente significativo na cognição e função”, disse Michel Vounatsos, CEO da Biogen.

O que diz a FDA

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA concordou que os resultados do teste de 18 meses podem servir como estudo confirmatório para verificar o benefício clínico do lecanemab, estabelecendo uma data de 6 de janeiro para anunciar sua decisão.

No entanto, os pesquisadores dizem que a amiloide é apenas um componente da doença de Alzheimer – e alguns estão chamando os benefícios medidos neste estudo de “pequenos”.

O amilóide está “associado ao problema, mas não é ‘o’ problema”, disse um neurobiólogo da Universidade do Texas e um cético da hipótese do amilóide à NATURE . “Se você modular, é claro que pode ter algum pequeno benefício.”

E isso não tira a esperança, ao contrário.

“Este é um momento histórico para a pesquisa de demência, pois este é o primeiro teste de fase 3 de uma droga de Alzheimer em uma geração para retardar com sucesso o declínio cognitivo”, disse a Dra. Susan Kohlhaas , diretora de pesquisa da Alzheimer’s Research UK, ao The Guardian

“Muitas pessoas sentem que a doença de Alzheimer é uma parte inevitável do envelhecimento. Isso explica: se você intervir cedo, pode causar impacto na forma como as pessoas progridem”, concluiu.

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